Júlio Santos
(1906-1969)
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O nome de Júlio Santos (1906-1969) é hoje praticamente desconhecido do grande público e, no entanto, foram muitos os pontos altos na sua carreira multifacetada. Em 1937, participou na Exposição Internacional de Paris e, em 1940, na Exposição do Mundo Português, tendo ganho o Prémio Columbano (que consagrava a carreira de pintores na “plenitude do seu poder criativo”), em 1944. Foi professor em várias escolas da região de Lisboa, e enquanto pintor está representado no Centro de Arte Moderna, Museu de Lisboa, Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado e Museu Nacional Soares dos Reis, etc.
Entre as décadas de 1940 e 1960, explorou, em paralelo, o potencial de argilas e vidrados. Júlio Santos foi um dos pioneiros da cerâmica de autor em Portugal, tendo realizado várias exposições, nomeadamente nas galerias da Sociedade Nacional de Belas Artes, em Lisboa. O corpo humano, principalmente o feminino, foi certamente a sua maior fonte de inspiração. Ambicioso nas formas, atento à modelação, as suas peças carregam alguma ingenuidade que lhes acrescenta um certo encanto. Estas são reforçadas pela paleta de cores onde dominam os castanhos e rosas, azuis e malvas, e por patines que acentuam volumes e sombras.
Que esta exposição seja um estímulo para a redescoberta da sua obra, sobretudo a cerâmica.
Pedro Moura Carvalho