Maria Antónia Paramos

(1922-1976)

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Maria Antónia Paramos Baptista Carvalho, é descendente de Augusto Baptista de Carvalho, fundador da Fábrica de Louça de A.B. Carvalho & C.ª, um dos sucessores de Manuel Cipriano Gomes Mafra (1829-1905), continuador da tradição cerâmica das Caldas da Rainha. Apesar desta herança e da conclusão do curso da Escola Industrial e Comercial Rafael Bordalo Pinheiro, M. A. Paramos inicia-se tardiamente na cerâmica. Ingressa na SECLA (Sociedade de Exportação e Cerâmica Lda.) em 1954, aí trabalhando cerca de um ano. Aprende os rudimentos da pintura sobre cerâmica com Hansi Staël (1913-1961), artista responsável pela orientação criativa da fábrica e do Estúdio, actividade que aprofundará durante a sua breve estadia.

Após a saída da SECLA, a ceramista funda uma oficina em nome próprio, onde se dedicará ao fabrico de peças decorativas e de uso doméstico. Esta produção estabelece valores próprios, marcados pelo uso de cores fortes e contrastantes e pela experimentação na pintura com engobes, absorvendo os conhecimentos adquiridos com Hansi Staël.

O naturalismo da forma das suas peças remete para a tradição Caldense, enquanto o tratamento plástico da superfície revela um bom exemplo do equilíbrio entre tradição e afirmação individual de que vive a obra de M. A. Paramos, e que se afirma pela estética, pelo rigor e pela riqueza sumptuosa da cor.

Em 1961, M. A. Paramos realiza uma única exposição nos Salões do S.N.I. (Secretariado Nacional de Informação), onde mostra cerca de uma centena de peças.