BOWL, c.1935-1950
Aleluia Factory, Aveiro, Portugal
Factory Model: 17 H
Painted and glazed ceramic.
H: 18 cm ø 16 cm
Marked: One rectangular stamps «Aleluia-Aveiro» and 17 engraved.
PT / Jarra de faiança moldada dentro da gramática art déco com a paleta cromática que caracterizou toda uma série da produção Aleluia-Aveiro de cerca de 1935 a 1945.
O modelo apresenta forma piriforme de colo invertido e pequena gola curva elevando o bocal circular. Sobre a cor creme de fundo recebeu decoração manual em tons de castanho representando algas com acento vertical da base para o topo, sobrepondo um dinâmico tracejado horizontal em tom mais claro que se intervala ritmicamente em redor da forma. Sobre este motivo de fundo é aplicada decoração estampilhada a preto, verde e creme, com figuras de peixes, ora isolados ou em par, que largam bolhas circulares.
O bordo do bocal circular remata-se com um contorno a castanho escuro assim como a base que num contínuo ondulado se remata preenchido na mesma cor, simulando o fundo do mar.
Aleluia Factory, Aveiro, Portugal
PT/ A Fábrica Aleluia foi fundada em 1905 por João Aleluia, um pintor ceramista que fez carreira desde muito novo na Fábrica da Fonte Nova, também em Aveiro, encerrada em 1904. Depois da sua morte em 1935, a viúva e os dois filhos mostraram-se dignos seguidores da obra paterna pela grande projecção que conseguiram dar à empresa.
Responsável por uma das produções de faiança decorativa mais cosmopolitas do século XX em Portugal, a Fábrica Aleluia, Aveiro, afirmou-se pela moderna inventividade das sua criações. Apesar das notórias influências internacionais, a Aleluia conseguiu, ao longo dos anos, criar um conjunto de linhas de produção, com uma gramática decorativa própria, claramente distintiva dos contextos nacional e internacional. Numa primeira fase, a fábrica apostou sobretudo na qualidade técnica da pintura, aplicada sobre formas estruturalmente simples, muitas vezes de raiz clássica. Mas, nas décadas de 50 e 60, as formas tornam-se escultóricas, tirando partido da assimetria e da fluidez das linhas curvas, como se de órgãos vivos se tratassem. Acompanhado as tendências do design cerâmico ocidental, inéditas em Portugal, a originalidade destas peças reside no diálogo entre as formas e um eficiente grafismo de cores fortes, sublinhando os detalhes e acentuando a organicidade dos volumes.
Após a sua venda no início dos anos 70, a empresa termina com a produção da faiança decorativa e abandona as suas instalações na Fonte Nova em Aveiro.