BOWL, c.1935-1950
Aleluia Factory, Aveiro, Portugal
Factory Model: 19 H
Molded ceramic, stencil decoration
H: 18 cm
Marked: Black stamps «Aleluia-Aveiro» «Made in Portugal» and H hand painted in black. Aleluia Factory
#676.2016
PT/ Jarra de faiança moldada, tendencialmente esférica com bocal saliente, de cor creme, craquelé, com decoração estampilhada a preto e castanhos com apontamentos manuais. O bojo é cintado por um friso largo, a preto, com decoração vegetalista de influência renascentista, numa pintura que lhe confere volume. Este friso é enquadrado, por composições triangulares de flores estilizadas ao gosto art déco, a castanho. Da base e do bocal, salientados a preto, partem linhas concêntricas da mesma cor que se vão diluindo em direcção à decoração do friso. O craquelé que a peça apresenta vai-se tornando mais ténue à medida que se aproxima do bocal. Na base, carimbo preto Aleluia Aveiro e Made in Portugal, e, pintado à mão, também a preto, H. Inscrito na pasta: 19.
Esta jarra é bem representativa de uma das tendências decorativas da fábrica à época: uma reinterpretação de modelos renascentistas que deram origem a uma linha específica de decoração, como veremos noutros exemplares.
No Catálogo de loiças decorativas das Fábricas Aleluia-Aveiro, de inícios dos anos 40, na pág. 29, esta peça aparece referenciada com o nº 19.
Fonte: modernaumaoutranentanto.blogspot.com
Aleluia Factory, Aveiro, Portugal
PT/ A Fábrica Aleluia foi fundada em 1905 por João Aleluia, um pintor ceramista que fez carreira desde muito novo na Fábrica da Fonte Nova, também em Aveiro, encerrada em 1904. Depois da sua morte em 1935, a viúva e os dois filhos mostraram-se dignos seguidores da obra paterna pela grande projecção que conseguiram dar à empresa.
Responsável por uma das produções de faiança decorativa mais cosmopolitas do século XX em Portugal, a Fábrica Aleluia, Aveiro, afirmou-se pela moderna inventividade das sua criações. Apesar das notórias influências internacionais, a Aleluia conseguiu, ao longo dos anos, criar um conjunto de linhas de produção, com uma gramática decorativa própria, claramente distintiva dos contextos nacional e internacional. Numa primeira fase, a fábrica apostou sobretudo na qualidade técnica da pintura, aplicada sobre formas estruturalmente simples, muitas vezes de raiz clássica. Mas, nas décadas de 50 e 60, as formas tornam-se escultóricas, tirando partido da assimetria e da fluidez das linhas curvas, como se de órgãos vivos se tratassem. Acompanhado as tendências do design cerâmico ocidental, inéditas em Portugal, a originalidade destas peças reside no diálogo entre as formas e um eficiente grafismo de cores fortes, sublinhando os detalhes e acentuando a organicidade dos volumes.
Após a sua venda no início dos anos 70, a empresa termina com a produção da faiança decorativa e abandona as suas instalações na Fonte Nova em Aveiro.