Manuel Gamboa

(1925-2020, Lagoa, Portugal)

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Manuel Gamboa, nasceu em Lagoa, Algarve, em 1925. Viveu em Lisboa, em casa de seu pai, desde 1932 a 1944 e voltou para o Algarve, aos 19 anos, de onde parte, rumo a Marrocos, onde permanece durante apenas um ano. Nos anos 50 convive com os artistas Artur Bual, Francisco Relógio e Rui Filipe, entre outros. Mantém, na altura, convivência estreita com poetas e escritores seus contemporâneos, como Manuel de Castro, J. Pressler, Herberto Helder. David Mourão-Ferreira e Natália Correia, lado a lado com Virgílio Ferreira e Sttau Monteiro, Aquilino e Tomaz de Figueiredo. Em princípio de carreira, foi subsidiado pela Fundação Calouste Gulbenkian nos seus estudos e aprendizado e, em 1960, visita Paris, onde vive temporariamente em casa do pintor D’Assumpção. Em 1964 instala-se definitivamente em Hamburgo, Alemanha, até 1987, data em que regressa a Portugal, para viver em Lagoa, a sua terra natal.

Expôs, a título individual, em países como a Alemanha, por diversas vezes, bem como em vários locais de Portugal. Foi membro da Federação Internacional de Artistas com sede em Bruxelas. Foi homenageado pela Câmara Municipal de Lagoa, tendo sido atribuída em 1993 a Medalha de Mérito Municipal de Lagoa e dado o seu nome à sala de Exposição do Convento de São José. Ganhou o prémio de Artes e Letras de personalidades do Algarve. No ano de 2017, por ocasião do seu 92º aniversário, a Arandis Editora publicou a obra biográfica «A Jornada de Mestre Gamboa», de Maria Helena Carmo.

Manuel Gamboa é uma referência no mundo das artes, tendo obras suas em várias coleções de pintura públicas e privadas de grande nível, em todos os continentes.

Ao longo da sua obra, resultante heterogénea de imensa produção, cultiva dominantemente a Pintura, o Desenho e a Escultura, mas experimenta e, pontualmente, ensaia ou realiza, trabalhos, em quase todas as modalidades plásticas e visuais: cerâmica, tapeçaria, arte pública e monumental.

Em 1959, num acrítica para a revista Colóquio, sobre o 1º Salão de Arte Moderna da S.N.B.A.,  José Augusto-França refere-se a Gamboa nos seguintes termos “Brutalmente colorista…e com uma intuição admirável, ignorando culturas…”

Sobre o papel que o Algarve representa no seu processo criador, o artista afirma: “A inspiração da minha terra natal vem das paisagens, que admiro para mim mesmo, porque não as reproduzo. No entanto, é claro que toda a beleza algarvia, nomeadamente esta luz única, acaba por me influenciar.”